9.9.13

A minha primeira meia maratona


Senta q lá vem a história...

Bom, acho q todo mundo q me conhece ou já passou pelo blog ou lá pelo instagram, sabe q eu sou personal trainer. Nessa minha carreira esportiva, já pratiquei  tudo q vcs possam imaginar: esportes coletivos(basquete, vôlei, handebol, até futebol, acreditem!), passei pelas diversas modalidades do mundo Fitness, como a musculação, o step, as aulas de aeróbica, ginástica e etc. Pilates, yoga... Também já fui obrigada a nadar, o q não me agrada muito. Até dançar já dancei, imagine a tristeza q foi! 
Algumas paixões ficaram, outras foram com o tempo e não voltaram mais.  Mas, nos 2 últimos anos, veio crescendo em mim a paixão pela corrida. Começou como uma obrigação profissional, arrumei 2 alunos q queriam muito começar a correr. Começamos juntos, eles desistiram por motivos de saúde e, eu continuei. Mal sabia eu, que a sementinha da endorfina estava criando raízes...
Depois desses 2, vieram mais 2, viraram 3, 4 e a vontade foi aumentando cada vez mais. Começou o inverno e, correr sem um objetivo muito definido na cabeça nesse frio, fica difícil. Fiz uma proposta a dois alunos: correr uma meia maratona aqui em Frankfurt em março. Veio aquela empolgacao inicial mas, o frio e a vida impediram os dois de concluir o objetivo: uma mudança repentina e motivos profissionais não nos deixaram concluir juntos essa meta.
Aí eu fiquei meio q boiando, sem saber o q fazer. Estava treinando tanto... E parar assim... Aí veio uma das qualidades q a corrida trouxe pra minha vida: a força de não desistir enquanto não passar pela linha de chegada! Eu nao iria desistir facilmente!

E assim os treinos continuaram... Na chuva, no vento, na neve... De dia, de noite, no dia do aniversario... Nada me fazia desviar da minha planilha de treino. E vou contar, isso nao é nada fácil! Tinha dias q minha vontade maior era ficar na cama e dormir mais meia hora, de ir ao cinema com as amigas, de sair pra jantar com o Schatz.  E as dores? Depois dos treinos longos e intensos, o corpo reclama do puxadão. Conciliar essa rotina de treinos com a vida profissional e pessoal foi realmente uma arte. Mas nem tudo eram espinhos, as flores sempre brotavam: cada km a mais conseguido, cada segundo de tempo baixado, recordes pessoais caindo e novos desafios aparecendo semana após semana, aquela sensação de felicidade a cada treino terminado, o sentimento de dever cumprido, a sensação de ser literalmente uma "mulher maravilha" e poder fazer qq coisa, afinal eu estava correndo uma distância q jamais sonhei um dia na vida conseguir.


O dia foi se aproximando cada vez mais e, com ele começou a vir aquele sentimento de q eunão  conseguiria, de q não estava preparada.... Uma loucura essa guerra de nervos! Eu sempre respirando fundo e afastando esse sentimento ruim todo treino. Mandando mentalmente esse "diabinho do fracasso" ir se afogar no rio. Dia 10 de marco se aproximava cada vez mais.
Até q na sexta feira antes da prova, fui fazer uma entrevista com uma possível nova aluna. Fui a casa dela, pra conversarmos, nos conhecermos melhor, analisar o espaço, ver o q ela tinha de material. Apresentação inicial, bate papo, e de repente meu nariz começa a escorrer. Busca lencinho, limpa, pede desculpa, continua a conversar e o tal nariz não pára! Parecia uma torneira. Aí os olhos tb começaram a lacrimejar e os espirros. Em menos de 1 hora, 1 pacote de lenços inteiro foi embora! Até q como um relâmpago, o gato dela saiu correndo debaixo da esteira. Gente, eu sou MEGA alérgica a gatos. Só isso. Bom, passei o dia meio ruim mas, achei q iria passar numa boa. Não, isso não  aconteceu.
No sábado, tive um curso de TRX aqui perto e lá fui eu, linda aprender novas técnicas, com os olhos totalmente inchados e vermelhos e a respiração mais curta q o normal. Mas até aí, achei q estava tudo super sob controle. Até q no meio do dia eu estava me sentindo mega cansada e nao conseguia mais fazer os exercícios, estava com falta de ar: a danada da asma alérgica começou a dar os sinais!

O curso acabou e me bateu um desespero doido: como eu iria conseguir correr 21,1 km nomeia seguinte, se eu não conseguia dar nem repetir 3 exercícios sem ficar sem ar?? Comecei a chorar feito louca no carro. Soluçava sem parar. Gente, eu sou muito controlada, raramente perco o rumo e me descontrolo. Nesse momento o apoio do Schatz começou a sair do pano de fundo e ficou cada vez mais evidente. Conversamos pelo telefone, ele me acalmou e fomos pra  uma farmácia juntos. Bom,não  foi de muita ajuda, pq aqui na Alemanha nada mais forte é vendido sem receita medica. Trouxe tudo de leve q a atendente pode me vender e começaram o ritual e as rezas.
Chegou o grande dia: domingo, 10 de marco- Meia maratona de Frankfurt. 


E eu? Acabada, nervosa, com metade da minha capacidade pulmonar. O Schatz do meu lado, me animando, dizendo q tudo iria ficar bem. Gente, só quem passa por isso sabe o valor q tem um coach. Não precisa ser necessariamente um profissional. Só precisa ser alguém q te motive, q naquele momento de dúvida, diga aquilo q vc sabe mas não acredita: que vc consegue! Sem o apoio dele, não teria conseguido. Se em algum momento ele tivesse me dado a mínima opção, eu teria desistido. Mas ele nunca deu essa brechinha. Ele nunca duvidou.
A corrida começou e, eu q estava acostumada a começar num ritmo forte, tive q simplesmente diminuir as expectativas. Meu objetivo q era terminar em no máximo 2:05 tinha caído na areia e, meu novo objetivo era terminar, passar pela linha de chegada. 
Mal passado o primeiro km, entramos no percurso dentro da floresta para meu desespero. Eu mega alérgica, já toda trabalhada na alergia do gato, iria entrar agora dentro do meu maior causador de alergia: o pólen das arvores. Serio, no km 3 minha vontade era voltaria largada e deixar tudo isso pra lá. Começou a vir aquela respiração de gato, o ar não conseguia sair dos pulmões. As lagrimas de desespero começaram a brotar. Voltar a calma foi um sacrifício. Acho q o único pensamento q me fez ir a frente, pasmem, foi o de que se eu começasse a passar mal ali, os paramédicos demorariam uma eternidade até entrar dentro da floresta com o carro pra me tirar de lá. Fiquei calma, controlei minha respiração e, consegui chegar ao Bürostadt Niederrad, onde começaria o percurso dentro da cidade. Aos poucos a respiração se normalizou e, me concentrei em chegar ao km 8, onde o Schatz estaria me esperando com um gel de carboidratos. Ninguém consegue imaginar a alegria q foi vê-lo lá. Fotografando, batendo palma, me dando aquela força pra continuar. Alias, todas as pessoas q fica ao lado da pista apoiando, gritando, passando aquela vibração conta muito! Da aquele "kick" extra pra te fazer continuar. O período seguinte foi tranquilo, dentro da cidade, na beira do rio, no centro, sentindo aquela vibe boa vindo das pessoas. 

Voltei a me encontrar com o Schatz próximo do km 13, onde tomei mais um gel de carbo e fui embora. O período difícil ainda estávamos vir: no km 16 antes da para de água, uma mega subida, seguida de floresta. Vou confessar novamente, q após essa pausa pra beber um isotonico, aquele diabinho começou a cantar novamente na minha orelha. Só q agora eu não poderia mais desistir! Além do Schatz, tinha mais 2 amigas me esperando na chegada, lá no estádio, depois da floresta!!!
Consegui me "arrastar" até o km 18 e, depois começou a correr solto. As pernas doíam muito mas, isso não importava mais. No  km 20, quando o estádio começou a aparecer, a emoção começou a vir muito forte, os gritos das pessoas vindo lá de dentro, as lagrimas começaram a cair dos olhos, eu estava quase lá! A respiração começou a falhar novamente e, mais uma vez recomecei aquele trabalho na minha cabeça: desistir não é uma opção, vc vai conseguir, vc é uma vencedora!!
Cruzar com o Schatz, a Thamie e a Marcinha foi muito emocionante! Só mais uma curva e eu estaria lá, cruzando a chegada, meu tão esperado e sonhado Ziel!
Nao consegui mais segurar as lagrimas ao cruzar a chegada. Não tinha mais dor nas pernas, respiração difícil, diabinho. Era só eu. Eu e minhas lagrimas. Eu e minha endorfina. Eu e a minha vitória pessoal. Eu e superação comigo mesma. Até hj me emociono quando lembro deste momento. As 2:14:07 mais longas da minha vida. Nunca lutei tanto. Mas a vitoria  teve um sabor delicioso! 

2 comentários:

  1. Que luta! E que vitória, super parabéns, show de conquista!!!!!!! :-)
    Bjs, Angie

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  2. PArabéns!!! e que emoção neste post hein??? Deve ser demais mesmo correr tendo a Torre como paisagem.
    Me arrepiei!!

    Beijos
    Ana

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