Berlinale

Nao poderia faltar um Berliner Bär

Finalmente chegou fevereiro, mês da Berlinale!!

Minha „tradição“ com a Berlinale começou a alguns anos atrás, quando estive em Berlim acompanhando o Schatz a trabalho. Ele ficaria um dia inteiro trabalhando e, eu cocando na capital. O caso é que estamos bem no meio do inverno e, passear por passeios turísticos castiga a cútis e as idéias de qualquer pessoa de bom senso. Sem contar que foto de monumento na neve/chuva é uó. Sendo assim, pensei em visitar alguma atração indoor - uma das inúmeras exposições de arte ou um museu interessante - que é o que não falta por essas bandas. E, folheando a parte de cultura do jornal, dei de cara com as reportagens do festival de cinema alemão: Berlinale.

Naquele ano, o filme Tropa de Elite estava na competição pra concorrer ao „Urso de Ouro“ (Goldener Bär). O filme tinha arrebentado no Brasil e, eu pra variar, não tinha conseguido vê-lo por aqui. Pensei que não poderia haver possibilidade melhor.

frente do Berlinale Palast 

O que eu não sabia, era q pra conseguir um mísero ticket pra uma sessão de cinema, vc precisa ficar hooooooooooras na fila. E, com o detalhe q as vendas começam em média 10 dias antes do festival começar. Aí pensa: alemão do jeito q é planejado e organizado, não deixa nada pra comprar na última hora né? Exato! Conversando com os tios do Schatz, eles me alertaram sobre a dificuldade q seria conseguir um ticket pra qq filme do festival(a não ser aqueles q só nerd consegue ver).

Me montei com a cara, a coragem e o casacão de frio e, lá fui eu pra bilheteria comprar. Depois de passar umas duas horas no quentinho do shopping(Potsdamer Arkaden) onde vendem os ingressos. Fiquei sabendo q para o tal filme teria uma sessão especial e, na bilheteria externa estariam sendo vendidos os ingressos. Eu fiquei mais ou menos 90 minutos esperando num frio de bater o queixo(-13graus) pra comprar um ingresso. E saí vitoriosa! Tudo bem, que o meu lugar não foi lááááááá aquela Brastemp mas, visto as condições, eu saí vitoriosa. Consegui ver o filme, todo o elenco q estava desfilando lá pelo tapete vermelho(sim, Wagner Moura, Maria Ribeiro... e pergunta, cd a câmera??) e a produção ganhou o Goldener Bär daquele ano como melhor filme. Fiquei super orgulhosa!

Esse foi meu único problema : peguei gosto pela coisa! De lá pra cá, não consegui mais perder uma Berlinale! Já são 5 anos que chega essa época, me dá um comichão!!

E, pra completar, a modernidade chegou ao festival: os tickets são vendidos tb online! Tem fila ,mas, pelo menos é virtual!!

Como os anos, fui aperfeiçoando minhas escolhas e, cada ano q passa, assisto mais e mais filmes. Ano passado foram 7. Esse ano foram 10!!

Esse ano a Berlinale teve um gosto diferente pra mim. Normalmente, eu venho sempre com o Schatz. Esse ano, devido a inúmeros problemas profissionais, ele não conseguiu tirar férias e, eu tive q vir sozinha.

Obviamente, já viajei sozinha outras vezes. Só q sempre foi com outro tipo de planejamento. Tive             que em menos de uma semana, replanejar uma viagem inteirinha! E tentar vender 10 ingressos para os filmes, q de uma hora pra outra ficaram „sobrando“.

O bom da vida de expatriado, é q vc aprende a se virar rapidinho com outros expatriados. Eu participo de uma plataformaa online de expatriados no mundo todo. Coloquei um anúncio lá e, depressinha arrumei não apenas pessoas para repassar meus tickets mas sim,, companhia pra ver os filmes, bater um papo gostoso e, de quebra passear pela cidade! Tem coisa melhor???

A 62. Berlinale durou 10 dias esse ano e teve quase 400 apresentações de filmes! O grande vencedor deste ano, foi „Cesare deve moriri“ (Caesar must die) de Paolo e Vittorio Taviani. Foi um remake da peca de Shakespeare „Julio Caesar“, em preto e branco, encenado por presidiários, que cumprem sentenças  em uma penitenciaria em Rebibbia. Um ótimo drama, mas não sei se realmente foi o melhor do festival.

Eu encarei uma maratona total de filmes!!! E, como já citei, minhas escolhas ficam cada vez melhores! Eu tinha ingressos para o tal!! Assim como para o de melhor ator do filme „En Kongelig Affaere“(A Royal Affair), um filme q conta a história do rei dinamarquês Christian VII. E o filme português „Tabu“, que ganhou o prêmio „Alfred Bauer“, em memória do fundador do festival.

Além desses, assisti também outros ótimos filmes como : „Gnade(Mercy)“, „Elles“(um ótimo filme francês com Juliette Binoche), „Bel Ami“(com Robert Pattinson), „Die Wand/The Wall“,“ Le adieux à la Reine/Farewell my Queen“(com Diane Krueger no papel de Maria Antonieta) e a espetacular Lea Seydoux, „Extremely Loud and Incredibly Close“ com Tom Hanks, Sandra Bullock e o menino q fez o Sexto Sentido e pra fechar a lista „Shadow Dancer“ com Clive Owen.

Atriz e diretor do filme "Die Wand"